Saturday, July 03, 2010

NO COMPASSO DOS NAIPES

NO COMPASSO DOS NAIPES
, * Ethon Fonseca
O Logos supõe a palavra humana, pregada ou não, justeza do hábito de um juízo, modo de pensar, traço identidário racionalista talvez caído em desuso em tempos de obliteração de crenças, premissas ocultas e regramentos falseados, mas não de modo trivial ou inconseqüente para a noção de inteligência em ação entre e coerções e performaces, testes e rotinas conhecidas e gnosiológicas onde se imprimem referenciais de injunções significativas ou verdadeiras. Não me refiro apenas às violentas reações alérgicas a comprometimentos atitudinais mais sérios, para não dizer engajados num hábito contestatório, numa ação concatenada, mas à reais disputas por corações e mentes com crentes nas conquistas de sua liberdade sobre mecanismos reguladores coações e com calculistas de riscos convictos na sua autoridade, operadores de profissões de fé na autonomia dos tempos letrados frente à oralidade, instantânea e desprotegida, dos diálogos presenciais. O denominador comum será multiplicidades nas linhas de raciocínio equilibrando o melhor possível a delicada produção de observações, e plausivelmente uma série de condições morais atuando nas suas respectivas instâncias motivacionais, de axiológicas a inibidoras, de foro íntimo a performaces diplomáticas e protocolares.
Nas fronteiras ilusionistas se encontram narrativas místicas, jogos incríveis de palavras, argumentações sintomáticas, desproporções tendenciosas, talvez mesmo programas espiões, mas há quem as atravesse permeando diversas dimensões de leitura ( por falar em escala...), operando com testemunhos sociais a linguagem e tudo mais, enquanto ferramenta de trabalho – afinal não basta a precisão terminológica e a correção lingüística refere-se a uma práxis entre tantas outras tidas até como práticas subversivas. Se fôssemos subverter que sejam escândalos sensacionalistas frente às carreiras terminais ou sem fim para saltos entre mundos chocantes, dimensionados e seus caminhos demonstrando esferas da ação em curso a começar organizando os motivos e as razoes para uma tomada de escolhas reconhecidas como livres. Para ampliar a esfera prática da disciplina enquanto matéria problematizadora atentamos para a polarização dos exibidos com transgressões se acusando revoltosas producentes ou convulsões emocionais. Geralmente marcamos a diferença com uns pingos de calma nestas horas conturbadas e marcações de posicionamento no cenário da indústria de juízos que se espera escolada, mais equilibrada, justa e crítica, ativa, prática e ciente dos órgãos de uma argumentação, linhas de pensamento na trama da consciência, conexões encadeáveis e encadeadas nos circuitos das palavras e das dinâmicas formativas logradas. Não precisamos remontar à pré-história, mas cabe reconhecer a abundância de imagens da transformação vantajosa de técnicas como recurso retórico eventualmente desejável feito pulso regulado e olhar repousando na memória do vivente, nativo ou universal, humano, colega e amigo, irmão e amante, ouvinte e pensador tocante e sensível, criativo e amável. Quebrar pedras, esculpir, modelar, argumentar, pedem determinação e preparo, atualização, e não são martelo e formão, quadro negro e disposição.
Tratamos de teoria e prática, raramente nesta ordem, mas numa corrente causal de eventos e reações em que desejaríamos reconhecimento para as legítimas aspirações de horizontes de expectativas mobilizadoras bem como para as satisfações realizadas em tais domínios ou mesmo trazidas para dentro deles. Nem todas as nossas construções são frágeis como nós. Ou verdadeiramente nossas: somos contribuintes de um plano artístico maior pelo qual alguns até se arriscam como se arriscam os que vão para o “outro lado” e se perdem, certo, mas especialmente como os que enfrentam sua própria fragilidade cunhando estilo, meios de viabilizar as contribuições para a convivência em questão.